Mapa Mental: a ciência explica.

Você conhece os mapas mentais? Sabe por que eles funcionam tão bem para a aprendizagem? Se você não conhece, não se preocupe, pois neste post eu vou abordar as origens e os fundamentos dessa técnica e mostrar um  exemplo de mapa mental para você!

Acompanhe o post a seguir e assista ao vídeo abaixo para conferir a terceira e última parte de uma série de vídeos em que eu faço resumo do conteúdo presente no Master Class Collection: um conjunto com três DVDs de uma aula magna que o Tony Buzan (criador dos mapas mentais) ministrou na Austrália.

Se você ainda não leu o primeiro e o segundo posts, eu indico que você clique nos links a seguir para conferir histórias narradas pelo próprio Buzan e dicas que eu preparei sobre dificuldades de aprendizagem e memória fraca. Você também pode acessar a playlist dos vídeos no canal do Mais Apredizagem no YouTube.

Vamos lá, então?

Por que o mapa mental funciona tão bem?

Nesste post, eu vou falar sobre o terceiro DVD do Master Class Collection que, ao contrário dos anteriores, traz um pouco mais de conteúdo, principalmente sobre mapa mental.

Ao final do segundo DVD, o Buzan fala sobre um gráfico que ele criou para explicar, de maneira fácil, o funcionamento da memória do ponto de vista da psicologia cognitiva. Esse gráfico, inclusive, é abordado em outro material chamado The Most Important Graph in the World (“O Gráfico Mais Importante Do Mundo”, tradução do título em português).

Esse é um gráfico realmente muito interessante porque, uma vez que você passa a entendê-lo, você entende praticamente todo o funcionamento da sua memória de um ponto de vista prático, que você pode aplicar no dia a dia.

Foi a partir desse conhecimento que o Tony Buzan criou os mapas mentais, usando que era essencial para a memória.

De um modo geral, os mapas mentais são uma forma gráfica de organizar as informações. É claro que existem outras formas por aí, porém o Buzan foi refinando o mapa mental para atender especificamente os requisitos da nossa memória. Por isso, o mapa mental, em particular, é mais poderoso que a maioria das outras formas gráficas de manipular informação como, por exemplo, mapas conceituais, fluxogramas e outros formatos que são meio híbridos.

Mapa mental: 4 características fundamentais

Nesse processo de construção, o Tony Buzan descobriu quatro características fundamentais para que o mapa mental funcione bem na aprendizagem. Todas elas têm a ver com questão do funcionamento da memória e estão presentes no material “O Gráfico Mais Importante Do Mundo”.

1 – Cores

O nosso cérebro fica entediado com muita facilidade, então ele pode começar a “viajar” para outros lugares. Neste momento,  você perde totalmente o foco no que está lendo ou estudando. Por outro lado, a memória é muito visual, então, se você usa coisas coloridas no seu mapa mental, as cores vão fortalecer a sua memória visual. Por exemplo: quando eu falo “maçã”, você automaticamente imagina uma maça vermelha na sua cabeça. Então, as cores servem para não deixar o seu cérebro entediado, além de te ajudar a fortalecer a memória daquela informação por meio da visão e da imaginação.

2 – Elemento central

É importante que você trabalhe a partir de um elemento central. O nosso cérebro não funciona de maneira linear: ele pensa uma coisa aqui, depois lembra de outra coisa ali, mais tarde ele se aprofunda um pouco mais sobre outro assunto e por aí vai… Por isso, a “forma tradicional” de escrever (uma linha embaixo da outra e sempre com a mesma cor de caneta) é a pior maneira possível para você raciocinar sobre alguma coisa. O mapa mental, por sua vez, funciona a partir de um elemento central que irradia do centro em direção às bordas, de forma que você possa respeitar a forma de funcionamento natural do seu cérebro.

3 – Desenho

Ter desenhos e símbolos visuais é outro segredo para melhorar a aprendizagem. Como eu já disse, a memória é muito visual, por isso as pessoas aprendem muito mais fazendo associações com os símbolos e o conceito que eles representam.

Quando eu falo isso, algumas pessoas acham que o desenho nos mapas mentais é uma perda de tempo inaceitável, mas eu já mostrei, na prática, com centenas de alunos, que vale a pena gastar um pouco de tempo fazendo desenhos, pois elas vão gastar MUITO menos tempo fazendo revisões.

Esse é o grande segredo de você usar um sistema que facilite a sua memorização: você vai revisar menos vezes, então você ganhará tempo mais adiante.

4 – Palavras-chaves

Essa é parte mais negligenciada pelas pessoas que tentam fazer mapas mentais: o uso das palavras-chaves. Eu vejo muitas pessoas ensinando mapas mentais e escrevendo frases inteiras nos ramos – e essa não é a melhor forma de aprender. Na verdade, ela só atrapalha a aprendizagem e é um dos principais motivos das pessoas desistirem precocemente de usar mapas mentais.

Se você escreve frases inteiras em cada ramo, além de perder muito tempo com isso, você deixará seu mapa parecendo um resumo linear bagunçado. Com isso, muitas pessoas pensam, erroneamente, que o mapa mental gasta tempo demais e acabam deixando de se beneficiar de uma ferramenta extremamente poderosa para a aprendizagem.

O que fazer, então?

Em cada ramo do mapa mental, deve ter uma palavra-chave. Isso leva a dois benefícios fundamentais:

1 – Estimula o seu raciocínio, pois você tem que raciocinar para descobrir qual é a palavra-chave mais adequada para colocar no mapa, além de precisar decidir onde você vai posicioná-la.

2 – Quando você raciocina sobre alguma coisa, você tem mais chances de que essa coisa seja enviada para a memória de longo prazo. Você raciocina na memória de trabalho (memória de curto prazo que permite o armazenamento temporário de informação), mas quando esse raciocínio acontece de forma mais consistente, a informação é entendida pelo cérebro como algo importante e tem mais chances de chegar até a memória de longo prazo.

Outra coisa importante em relação às palavras-chaves é que elas permitem resumir muito o conteúdo. Deste modo, você terá muito menos volume de informação para revisar. Você assiste o conteúdo uma vez, no maximo duas, faz o seu mapa mental com o conteúdo bem resumido e aí, quando você for revisá-lo, o tempo de revisão é muito pequeno. Mas não se engane, quando bem feito, a informação fundamental está toda no mapa.

Exemplo de mapa mental com todas as características fundamentais para a aprendizagem

Eu quero mostrar um exemplo prático disso que eu estou falando. Observe o mapa mental a seguir:

Esse é um mapa mental que eu fiz para resumir o assunto desses três vídeos da série. É claro que eu selecionei apenas algumas coisas porque não dava para falar de todo o conteúdo dos três DVDs.

Os três vídeos dessa série totalizam aproximadamente 40 minutos. Ou seja, eu tenho 40 minutos de conteúdo escritos em um único mapa mental. Você vê que ele tem todas as características que eu descrevi acima:

• Elemento central
• Ramos coloridos
• Desenhos
• Palavras-chave

Além disso, ele foi feito à mão mesmo, como um rascunho. Essa é a forma ideal para você fazer quando você está estudando. O mapa mental não precisa ser bonito (o meu não é!!!), mas você quer um mapa que te ajude a aprender melhor, não uma obra de arte.

Os mapas mentais ganham o mundo

Depois de comentar sobre as origens e fundamentos do mapa mental, o Tony Buzan dá uma pincelada no sistema fonético que é um sistema bem avançado para memorizar números com facilidade. Ele aborda esse assunto no DVD bem superficialmente, só para as pessoas saberem que esse sistema existe e, se quiserem, procurarem saber como ele funciona. Aliás, o sistema fonético é a base do sistema PEG que é o sistema que eu comentei no segundo post/vídeo e que o Buzan usou para memorizar toda a disciplina do curso de psicologia introdutória para fazer uma prova.

Por fim, ele conta a história de como nasceu a empresa dele, a ThinkBuzan.

Em 1973, o Buzan entrou em contato com a emissora BBC e disse que gostaria de gravar um programa sobre o funcionamento do cérebro. Ele era professor universitáro na época, já havia criado os mapas mentais e estava divulgando e ensinando o método para várias pessoas.

A BBC se interessou pelo assunto e, junto com Buzan, foram fazendo um brainstorm (em formato de mapa mental, claro!) de coisas que poderiam ser abordadas no programa. Ao final, o mapa mental que o Buzan criou rendeu 10 programas. E não foi apenas isso: ele também recebeu uma proposta para escrever um livro sobre mapas mentais, chamado Use Sua Mente. 

Memorização X Educação Tradicional

Naquele momento, o Tony Buzan pensou que, ao mostrar para as pessoas como o cérebro funciona e estruturar isso em uma ferramenta prática, a notícia seria amplamente espalhada. A BBC é uma grande rede de televisão, conhecida mundialmente, e com isso as pessoas iriam aprender melhor e haveria uma grande mudança na maneira como o sistema educacional funciona.

Mas não foi bem isso o que aconteceu…

O Buzan descobriu que ele teria que fazer muito mais esforço para divulgar esse tipo de informação para as pessoas. O sistema educacional era, e ainda é, extremamente conservador, e tudo continuou como estava antes.

Só que o Buzan queria muito propagar as suas descobertas, de que existem maneiras muito mais eficientes de abordar o ensino e a aprendizagem. For por isso que ele criou a ThinkBuzan.

Numa prova de quanto o sistema educacional é conservador e resistente a mudanças, mesmo que elas sejam embasadas na Ciência, isso tudo aconteceu há 40 anos e, mesmo assim, o sistema educacional mudou muito pouco. A neurociência e psicologia cognitiva, por exemplo, já explicaram há muitos anos que a forma tradicional de ensinar massacra o cérebro das pessoas. Isso ocorre porque usam técnicas que não são apropriadas para o funcionamento real do nosso cérebro. Então as pessoas não conseguem aprender a memorizar ou raciocinar adequadamente.

Nós do Mais Aprendizagem estamos nessa luta também. A nossa grande causa é divulgar formas eficientes de estudar, de forma que as pessoas alcancem seus sonhos.

Por isso, nessa finalização dessa série de vídeos, eu gostaria de pedir que você ajudasse a divulgar esse material. Divulgue para os seus amigos que precisam estudar melhor ou que têm muitas coisas para estudar. Aqueles que estão quase desistindo e precisam descobrir que existem outras maneiras de aprender que não seja essa maneira massante, massacrante e totalmente inadequada para o cérebro que a maioria dos sistemas de ensino ainda usam.

Divulgue no seu Facebook, no seu canal no YouTube e nas suas outras redes sociais (acima desse post, há 4 atalhos para compartilhar esse conteúdo no seu Facebook, Twitter, Google Plus e Linkedin).

E, se você próprio deseja aprender melhor e mais rápido, você pode fazer um comentário aqui no blog sobre alguma dúvida sobre mapa mental que você tenha! Você já tentou usar mapa mental? Tem alguma dúvida a respeito? Conte para nós!